Ficha Catalográfica
Escrito por:
Editora: Alfaguara
Páginas: 416 páginas
Este livro reúne 53 contos. São versões originais das histórias infantis que conhecemos. Logo no início temos uma explicação dos critérios que o autor usou para escolher as histórias, suas fontes e como contar.
Escolhi alguns como meus favoritos, mas é impossível não se apaixonar por todo o livro.
Alguns contos são bem semelhantes às versões atuais, como: João e Maria – Irmãozinho e Irmãzinha; ou, Cinderela e Milpeles. São contos com muita semelhança na base da história, mas com um desenrolar bem diferente.
Ler estes contos foi ótimo, lembrei dos antigos programas da TV Cultura e dos livros do contos do início da minha alfabetização. A versão original dos contos é um choque pra quem só conhece a versão Disney. Temos que lembrar que antigamente as histórias eram contadas para ensinar, ou alertar a sociedade da época. Ao final de cada conto o autor compara as versões e deixa sua opinião e em alguns até completa com finais diferentes.
É simplesmente apaixonante mesmooooo!!!!!!
Cinderela
A inveja é o principal sentimento deste conto. Mais confesso que não imaginava a que ponto iria a ganância da madrasta e tudo o que ela obriga as filhas a fazer para conseguir a coroa. O conto nos faz imaginar que apesar de todo o sofrimento podemos ser “lindos” e felizes para sempre.
João Fiel
Uma história de extrema lealdade. Lindíssima que coloca os personagens nos testes mais difíceis. E que por mais inacreditável que nos pareça eles superam todos.
Acho linda a dedicação que o João tem para não quebrar a promessa feita ao falecido rei.
Padrinho Morte
Uma história sobre a importância do equilíbrio na vida. Um pai que após muito pensar e analisar escolhe a Morte como padrinho de seu 13° filho. Após crescer o jovem trabalha em parceria com a morte, atuando como médico, e enquanto as regras não são quebradas o equilíbrio se mantém. Por benefício próprio as regras são quebradas e terá um desequilíbrio na vida de todos os envolvidos. Nos mostra que cada ação tem sua consequência não importa o quão difícil seja!
O Menino Que Saiu de Casa Para Aprender a Tremer
Conheci este conto através da TV Cultura. E essa versão é exatamente como eu me lembrava. Um garoto que sai de casa para aprender a tremer, ele simplesmente não sabe o que é isso, ou como é essa sensação. As vezes por não perceber a malícia, ou maldade dos que estão a sua volta (cães do inferno são apenas cachorros grandes e resmungões aos seus olhos). Adoro esse conto… É muito divertido.
Rapunzel
Um conto de cobiça e sensualidade. A inocência de uma jovem que foi separada do mundo, o que resulta em uma gravidez de um príncipe que ao invés de tentar salva-la da torre apenas aproveita seus momentos com ela. Um egoísmo que não é deferente do próprio pai, que não tenta negociar a compra da fruta (só rouba). Apesar de toda luxúria e cobiça eu gosto do final que é repleto da magia do amor verdadeiro.
“Rapunzel, Rapunzel, solte seu cabelo…”
João e Maria
Um clássico que mostra às crianças os perigos de aceitar presentes de pessoas desconhecidas (até mesmo doces). De todas as versões que escutei durante a infância não lembro de nenhuma que falasse da grande fé que amos irmãos tinham de que tudo ficaria bem, ou sobre o perdão que concedem ao pai.
O Diabo Com os Três Fios de Cabelo Dourado
Um dos contos mais divertidos sobre um rei que por puro preconceito acaba incentivando um jovem camponês a ter muita coragem. Jovem esse muito esperto e sortudo. E na minha opinião o personagem mais engenhoso dessa coletânea. Ele passa por boas aventuras para conseguir os três fios de cabelo dourado do diabo. “Eu sei tudo o que sei – disse o rapaz -, e o que não sei posso descobrir”.
Os Elfos
Há neste livro apenas três pequenos contos sobre esses seres encantadores. Eles ajudam, ou aprontam com os humanos sempre sem serem vistos.
Desses o meu conto favorito é a que uma humana é convidada a participar de uma celebração mágica dos elfos.
O Junípero
Este é o conto que mais tive curiosidade de ler. Há referências dele em quase todas as histórias. Adorei a riqueza de detalhes das cenas de mortes e de vingança. “A madrasta cortou minha cabeça, meu pai me engoliu no ensopado, debaixo do junípero minha irmã enterrou meus ossos bem enterrados…”
Rosa Silvestre
Mais um clássico que inspirou a história que conhecemos como “Bela Adormecida”, onde a falta de empenho de um rei aflora a mágoa e sede de vingança de um ser mágico do reino. A grande diferença entre a versão que a maioria conhece e a apresentada no livro é a forma como é apresentada a conquista do príncipe e seus sentimentos. A linda jovem esta condenada a espetar o dedo na roca aos 15 anos e dormir por 100 anos. Toda a mágica que cerca o castelo impede centenas de bravos cavaleiros de salvar a princesa. Eles morrem na cerca viva do reino. “Não – declarou o príncipe – Vou conseguir e pronto. Começo amanhã de manhã.
Acontece que no dia seguinte era o último dos 100 anos da maldição. Claro que o príncipe não sabia disso, mais partiu com o coração cheio de coragem…” O príncipe se decepciona por não ter a emoção da batalha. Não se sentiu como um herói. Nos dá a impressão que o tempo é mais forte que o amor!
Rumpelstiltskin
Adoro essa história, é sempre divertido ver esse personagem seja em contos, filmes, livros e séries. Ele tem sempre acordos com resultados maldosos ou absurdos. “Mais uma vez a rainha vai tentar e o bebê real será meu enfim! Na água, na terra, no fogo e no ar, meu nome é sempre Rumpelstiltskin!”. A versão que passava na TV Cultura é igual a deste livro!!! Adoro essas lembranças da infância!
O Pássaro dourado
Nesse conto a ganância do rei não impede que seu filho demonstre a importância da bondade, da coragem e do perdão. Mesmo após muito sofrer com a maldade e traição dos irmãos. De acordo com o autor a história é sobre “o jovem príncipe seria o indivíduo em busca de si mesmo”. Gosto de pensar que é uma história que mostra que bondade e coragem sempre são recompensados.
A Pequena Mortalha
Um pequeno conto que fala sobre a aceitação a morte. Uma forma simples que mostrar que apesar da dor por perder uma pessoa amada devemos seguir vivendo da melhor forma possível.
Os Sapatos Que Dançavam Até Virar Farrapos
Este conto me lembrou a minha infância, dos dias que ficava ansiosa para assistir ao programa da TV Cultura.
É a história de 12 princesas que todas as manhãs estavam com os sapatos em farrapos sem motivo, já que elas passavam a noite em um quarto trancado. O rei decreta que quem descobrir a verdade casará com uma das princesas e se falhar morreria. Todo o desenrolar do conto é divertido. Adoro toda a história veria mil vezes se tivesse a possibilidade.
A Cotovia Cantante e Saltitante ou A Bela e a Fera
Nenhum clássico é tão diferente do original como esse. Tem uma grande aventura por trás do sacrifício da filha amada e a libertação da maldição do príncipe. Isso tornou o conto mais mágico ainda. A filha amada que está disposta a se sacrificar pelo pai é uma heroína, a imagem de uma mulher forte e determinada a correr atrás do que ama com toda a coragem de seu coração. Todos deviam conhecer essa versão!
Milpeles
Sem dúvida este é o meu conto favorito. Conheci a versão infantil através de uma coleção vendido de porta em porta #saudade e reli centenas de vezes. Nessa versão (original) descobrimos o verdeiro motivo pelo qual a princesa foge do seu reino. Acho que é uma Cinderela com muito mais atitude. Por abordar o incesto e loucura se torna uma história de terror ótima.
Amei o final macabro que o autor colocou. É fantástico. #meufavorito
Bjo
Lívia Martins
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